quarta-feira, maio 26, 2010

DOIS TIPOS DE SILÊNCIO

EM DANÇA

Entre o visível e o invisível, o palco do Sesc Pompéia dividiu a noite. Os dois trabalhos apresentados foram Como risco em papel, de Marcela Reichelt e Ur bã, de Bernardo Stumpf e Thiago Gomes.


Para assessorar a nova temporada, O Villas, organizador e idealizador do Primeiro Passo - Dança, Sesc Pompéia, chamou a bailarina Ângela Nolf, professora de técnica clássica, membro titular da Comissão de Graduação e da Comissão de Estudos de Extensão do Instituto de Artes na UNICAMP. O comentário de Ângela foi que o trabalho de Macela Reichelt parecia “um bordado” e que Ur bã tinha muito a ver com “o momento oportuno”. Mônica Mion, bailarina e ex-diretora artística do Balé da Cidade de São Paulo que estava participando do debate acrescentou: “o feminino e o masculino”. A debatedora de hoje, Sayonara Pereira, bailarina e doutora em Artes-Dança pela UNICAMP, professora da ECA-USP, descreveu os espetáculos como dois silêncios: “o secreto” e o “rasgado”.


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Sayonara Pereira e Ângela Nolf
Sesc Pompéia
Fotografia: Ines Correa


Marcela Reichelt (Como risco em papel), diz que sua pesquisa é sobre “a memória e os discursos que o corpo carrega ou memórias do que é feito aquele corpo” e que as imagens escolhidas para compor o trabalho tem analogia com corpo, livro e escrita. Sua referência principal é o filme “O Livro de cabeceira”, de Peter Greenaway (1996).

Bernardo Stumpf (Ur bã), trabalhava com dança de rua e suas ideias de criação giram em torno do “corpo na metrópole” e Thiago Gomes diz que o trabalho da dupla é sobre o “ordinário, simples e comum.”.

Olhando do ponto de vista da fotografia talvez o espetáculo Como risco em papel pudesse ser nomeado simplesmente Fotografia, ou seja, Escrita da luz. Escrever em imagem fotográfica este espetáculo é um verdadeiro desafio. Mas não só para criar as imagens. Para ver a olho nú também. Pra quem gosta de desafios, como é meu caso, uma experiência e tanto revelar as imagens da obscuridade.

As fotos abaixo apresentam o silêncio da ausência de luz, “o secreto”: Como risco em papel.
Mais abaixo, as tres últimas fotos, trazem o silêncio “rasgado”: Ur bã.


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Como risco em papel
de Marcela Reichelt
Sesc Pompéia. Maio – 2010
Fotografias: Inês Correa


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Ur bã, de Bernardo Stumpf e Thiago Gomes
Sesc Pompéia. Maio – 2010
Fotografias: Inês Correa

SAIA DE CASA – CULTURA PARA O CORPO
26.05.10 – Novo Horário – 20 hrs

Primeiro Passo – Dança
“Tateando a noite com os pés"
6 + 1 Cia de Dança (SP)
“Jimmy, The Jungle Beast “
e Bernardo Stumpf (RJ)

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