quinta-feira, maio 09, 2013

SP - 20 ANOS DE MUSICANOAR


fotografia: inês correa




Grupo de dança Musicanoar comemora 20 anos com novo espetáculo, exposição e lançamento do livro Musicanoar 20 anos. Deslugares?

O Grupo Musicanoar completa 20 anos de trajetória na história da dança contemporânea brasileira em 2013. Nessas duas décadas, realizou diversos espetáculos, recebeu prêmios e estímulos, participou de festivais e mostras, sempre tendo como norte o crescimento e a consolidação de um trabalho artístico que incorpora a pesquisa na linguagem contemporânea da dança e que se preocupa em dialogar com o pensamento científico.


Para celebrar e pontuar a evolução e os caminhos trilhados pelo Musicanoar, Helena Bastos concebeu o espetáculo Deslugares? e o vivencia ao lado de Raul Rachou, parceria que se intensificou a partir do trabalho Cães, em 2001.


No espetáculo, Bastos e Rachou procuram criar a partir da relação entre dois corpos e a discussão sobre o espaço e controle. Essa discussão é ancorada no pensamento do filósofo francês Michel Foucault: “o corpo, em qualquer sociedade está preso no interior de poderes muito apertados, que lhe impõem limitações, proibições ou obrigações”.

“Deslugares” é uma proposta experimental em dança contemporânea. Indica cruzamentos de diferentes linguagens artísticas. Entre bastões vermelhos, de diferentes tamanhos, todo um ambiente se delineia da fricção entre corpos e espaços. Que atravessamentos são estes? Pequenas solidões? O corpo não é tratado como um objeto, mas lugares de atravessamentos.

Livro-caderno

Para mapear a atuação do Grupo Musicanor nestes 20 anos de estrada, o projeto, contemplado com o 12º Programa Municipal de Fomento à Dança, incluiu uma exposição de fotos na Galeria Olido e um livro-caderno que, pelos olhos e mãos de protagonistas e estudiosos da dança contemporânea brasileira, constrói um sólido painel não só da atuação do Musicanoar como também das práticas artísticas ligadas à dança.

Nomes como Rosa Hercoles (eutonista), Inês Correa (fotógrafa), Fabiana Dultra Britto (pesquisadora), Maíra Spanghero (professora), Marcos Bragato (pesquisador) e Adriana Banana (diretora artística do FID) foram convidados para um diálogo com as singularidades do fazer artístico do Musicanoar, com as atividades de pesquisa acadêmica e os modos de produção em dança.

O resultado são textos ora memorialistas, ora analíticos, que se entrelaçam fluidos e convergentes. Como escreveram Helena Bastos e Raul Rachou no prólogo do livro-caderno Musicanoar 20 anos. Deslugares?: “Reconhecemos que qualquer realidade em dança, ela se apronta num modo cooperado e coletivo. Isto é... Junto... Todos juntos! Cada um do jeito que pode”.

Mostra

A mostra Rastros Deslugares pretende ser o compartilhamento de uma história e de percursos de experiências. O público que for à Galeria Olido, espaço que abrigará amostra, poderá por meio de desenhos, anotações e fotografias, conhecer os processos de criação do grupo. A mostra Rastros Deslugares, composta por fotografias de espetáculos encenados e desenhos coreográficos conta a trajetória incomum do Musicanoar e dessa maneira traça um painel da dança contemporânea brasileira nas últimas duas décadas. São oito painéis, tamanho 1,60x1,30 cm, entre eles dois desenhos coreográficos de Helena Bastos e seis fotografias de Gil Grossi, Inês Correa e João Caldas, de cenas dos espetáculos de Helena Bastos e Raul Rachou, dupla que compõe Musicanoar.

Rastros deslugares retira dos arquivos fotografias, desenhos e anotações para compartilhar uma história, um percurso de experiências do Musicanoar, que nestes 20 anos vem processando diferentes arranjos a partir da dança contemporânea.

Segundo Inês Correa, uma das responsáveis pela mostra, Rastros deslugares não busca ser uma exposição fotográfica mas uma mostra de imagens “rasgadas das cenas de um tempo”. A ideia é conduzir o público a entrar no universo de criação coreográfica e deixar que ele crie sua própria coreografia imaginária”.

A proposta de Rastros Deslugares é pensar na imagem como fonte iconográfica responsável por rastros, vestígios, sobras de uma memória coreográfica. 

O projeto de comemoração dos 20 anos do Grupo Musicanoar foi comtemplado com o 12º Programa Municipal de Fomento à Dança do Município de São Paulo.

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