domingo, março 21, 2010

É A VEZ DO TANGO

Comecei a perceber uma febre saudável de tango. A primeira vibração veio da Sylvia Sanches, designer e fotógrafa que participou do projeto P.A.P.A – Participating Artists Press Agency, organizado pela socióloga holandesa Lino Hellings onde nos conhecemos. Quando não estava fotografando Sylvia falava e fala ainda o quanto adora dançar tango. Todo final de semana sai e vai dançar tango. E diz que provavelmente se acontecer de se apaixonar por alguém que não dance tango, “não rola”.

A Dora Leão, produtora cultural, no mês passado me convidou para ver o grupo de tango Gato Negro, lá no Grazie a Dio, Vila Madalena. Fui só ver para fazer um primeiro contato visual. Não fotografei. Fui desarmada (do que me arrependo muitas vezes mas não me arrependi dessa). Foi delicioso. E quem estava lá ? A Sylvia, claro.

Ontem a Ana Teixeira, bailarina e doutoranda em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, fez um convite: “Vamos amanhã na aula de tango do Vagner?”. Havia visto o Vagner no CED – Centro de Estudos de Dança ou CEC - Centro de Estudos do Corpo, coordenado pela Helana Katz, professora da pós graduação da PUC-SP. Mas não imaginava que ele fosse professor de tango.


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São Paulo – Brasil, 2010
Fotografia: Ines Correa

Percebi, demorei até mas percebi, que o tango estava me perseguindo. Fui lá pra conferir. Eu, Ana e a Maíra, amiga da Ana. Encontrei um salão com pouca luz e algumas pessoas dançando tango. Muito mais gente do que imaginava encontrar. Ao menos mais do que se esperava depois de um dia de tanta chuva. Vagner Rodrigues e Raul Rachou trocando os pares e uma pista deliciosa para dançar e aprender ou aprender e dançar. Cada qual no seu tempo. Sem tempo para terminar.


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Vagner Rodrigues
São Paulo – Brasil, 2010
Fotografia: Ines Correa

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Raul Rachou
São Paulo – Brasil, 2010
Fotografia: Ines Correa

Depois de alguns cliques só restava cair na dança. Ai, ai, ai. Tímida que sou demorei a deixar o corpo a vontade. Me recusei o quanto pude. A câmera fotográfica me olhava com ciúmes até. Mas entre os mestres Raul e Vagner acabou rolando e quando menos esperei estava podendo entender o prazer de dançar que Sylvia tanto repetia nas suas falas. O prazer do esforço físico, do suor, da dificuldade em atravessar algo com que não se tem muito contato, do tentar acompanhar a música (que foi bastante eclética), sentir muito calor, deixar o corpo leve e em movimento, se deixar levar sem medo, sentir o corpo no clima de uma atmosfera sensual e romântica.


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Ana Teixeira
São Paulo – Brasil, 2010
Fotografia: Ines Correa

A música foi do samba até a milonga e passou pelo próprio tango, além de samba rock e muito mais … Como disse Raul, não sei se vou lembrar as palavras exatas mas talvez o sentido, também é muito rico deixar o ritmo do tango, os movimentos dessa dança, encontrarem soluções em outro tipo de música que não necessariamente o tango tradicional. E Vagner com muita sabedoria seduziu a fotógrafa a dançar pela primeira vez a dois. Entre os braços de um e depois outro mestre, não é possível não dançar. Inesquecível.

Tango e milonga - dança de salão
Onde: Espaço de Dança Ruth Rachou
Fone: (11) 3045 4813
Email: contato@ruthrachou.com.br
Endereço: Rua Fiandeiras, 669 - Vila Olímpia - São Paulo – SP

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