Fui para Araraquara a convite da Djaine Damiati, programação do SESC Araraquara, para fazer uma desconferencia: um bate-papo com navegação dirigida sobre estratégias e percalços da fotografia na rede (veja o post aqui). Comecei a elaborar e pensar no Corpo em Imagem, como ele estava sendo montado dentro da minha cabeça de fotógrafa, jornalista e no momento, blogueira. E como esse novo ambiente, a internet, não tão nova, precisava desse tipo de diálogo ofline. Vou postar a experiencia em tres partes. Nesta trago a desconferencia em si e nas outras, encontros da viagem e surpresas.
Cheguei na quarta, dia 24.03, por volta de 15-16 horas e percebi que não havia almoçado. Minha última refeição: 6h45m. Os restaurantes locais só abririam às 18 horas. Pensei, SESC! Fui para lá e a lanchonete funciona como aqui em São Paulo, assim como toda a estrutura cultural e de lazer. Comentei com o moço do caixa e ele disse: “os restaurantes aqui não precisam ficar abertos. Todo mundo almoça em casa. Dá tempo”. Dá tempo ?! Há muito não ouvia alguém falar assim do tempo.
Outro lugar, outro tempo. Comi no tempo local. Mastiguei devagar. Deu tempo de visitar a exposição Bressonianas que está montada lá. Não sei se vocês lembram dela aqui no SESC Pinheiros – SP e da mega exposição do fotógrafo Henri Cartier-Bresson. Tem um post aqui no Corpo em Imagem sobre o episódio. Vi e revi as imagens enquanto a Mariana, formada em Ciências Sociais, monitorava minha visita com algumas estórias sobre os fotógrafos que fazem parte da coletânea: o curador Eder Chiodetto e os fotógrafos Cristiano Mascaro, Flavio Damm, Carlos Moreira, Orlando Azevedo, Juan Esteves, Marcelo Buainain e Tuca Vieira. A exposição fica lá em Araraquara, no SESC, até 13 de junho.
Depois, hora de procurar pela Djaine e ter uma boa conversa com ela que, sem pressa e com elegância, me encaminhou para a sala de Internet Livre aonde iria acontecer a navegação dirigida, proibida para menores de 14 anos. As inscrições começaram a acontecer. A Flávia e o Marcelo, que trabalham na Internet Livre do SESC Araraquara disseram que alguns menores, de 12 e 13 anos, queriam participar. Achei que o Corpo em Imagem tinha conteúdo para uma navegação maior e menor de idade e eu também não era assim tão imprópria, só um pouquinho. Todos entraram.
Os meninos e meninas possuem blogs e fotoblogs e twitter e facebook, youtube e… Para eles e para mim poderia ser interessante trocar idéias de como podemos informar ou desinformar, utilizar a rede como ela se utiliza de nós. Poder falar sobre fotografia, o que fotografar, sobre o photoshop e as mudanças do corpo ideal e virtual que ele provoca. Conversar sobre como a fotografia faz parte hoje do tempo curto ou não de todos nós. Falar sobre o encontro da fotografia e da dança dentro e fora da rede.
O grupo que ficou até o final, entre os que entraram e sairam.
Obrigada pela troca. Infelizmente não sei o nome de todos mas tenho certeza que ninguém esqueceu o nome do Lucas, o quarto, da direita para a esquerda.
Sala de Internet Livre. SESC Araraquara, 2010
Fotografias Ines Correa,
Obrigada pela troca. Infelizmente não sei o nome de todos mas tenho certeza que ninguém esqueceu o nome do Lucas, o quarto, da direita para a esquerda.
Sala de Internet Livre. SESC Araraquara, 2010
Fotografias Ines Correa,
Contar sobre como o blog esteve e está acontecendo, sendo elaborado, sendo pensado. Falar sobre o Corpo em Imagem no Come-se e vice-versa, uma parceria deliciosa, saborosa mesmo. Sobre os passeios entre os blogs. Sobre o projeto da Lino Hellings, a socióloga holandesa que apareceu e me convidou depois de ver minhas fotos no Corpo em Imagem, para participar do Participating Artists Press Agency, o P.A.P.A, um projeto entre dois países, duas leituras, outros tempos e corpos de culturas diferentes.
Falar e ouvir sobre ética e estética na rede, sobre os perigos e as facilidades. Falar e falar, ouvir e ouvir. Cara a cara. Conhecer quem está do outro lado. Sair daqui do espaço virtual para o outro corpo, o corpo presente, o corpo diante de nós. O corpo compartilhado, não o corpo linkado.
Obrigada Djaine. Obrigada SESC Araraquara pela oportunidade de ir até aí conversar de uma maneira informal, numa desconferencia, que espero seja a primeira de uma série. Com uma galera menor e maior, interessada em conhecer, em participar, em trocar “figurinhas” na rede.
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