Auto-retrato em albumen
Abril, 2010
Fotografia: Ines Correa
No post anterior um autoretrato da minha filha bem humorado, no banheiro de casa, feito com telefone celular.
Neste imprimo meu corpo num reflexo de uma instalação de dança contemporânea idealizada pelo arquiteto Hideki Matsuka para o trabalho Pequenos Fragmentos de Mortes Invisíveis (2009), de Vera Sala. O auto-retrato foi impresso em albumen, processo do século XIX que utilizava o albúmen - extraído da clara de ovos de galinha - como camada que aderia os sais de prata fotossensíveis ao papel. Foi o papel mais popular para a execução de cópias fotográficas até meados da década de 1890, superado pelos papéis de prata gelatina.
A intenção foi imprimir no método do século XIX uma “pincelada” fotográfica das artes do corpo do século XXI, no meu corpo e no corpo dos demais bailarinos estampados na mesma cena. O albumen, aplicado com um pincel no papel, pode ser visto claramente na imagem. É um tipo de trabalho atualmente tido como artesanal mas trata-se de um processo muito importante para a fotografia e os processos de impressão. Afinal foi um processo superado pelo daguerreótipo mas de fato é uma forma de “guardar em memória fotográfica impressa” uma imagem. Antes a imagem podia ser vista mas não armazenada em papel.
Este trabalho faz parte de uma série desenvolvida para a disciplina História da Fotografia e seus processos de Impressão, professor Luís Monforte, Instituto de Artes - Unesp, São Paulo.
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