terça-feira, outubro 27, 2009

NADA SUBSTITUI TUDO


FOTOGRAFIA E ARTE II

Leio diversas coisas ao mesmo tempo. Não sei se é bom ou ruim mas assim o faço. Estou lendo A Imagem, de Jacques Aumont, Papirus Editora, 13ª edição. Leitura boa para quem faz da imagem meio de vida. Na pág. 165, Jacques expõe duas direções da fotografia: a de Daguerre (a escrita da luz) e a de Fox Talbot (photogenic drawings). Explica que “o primeiro tipo serviu de imediato para fazer retratos, paisagens, reforçou e depois substituiu a pintura em sua função representativa”. Não sei o que vem depois, ainda não li. É precipitado analisar antes de terminar o livro. Mas refletir faz mal?

Sobre a frase “substituiu a pintura em sua função representativa”. Não acho a palavra substituir adequada para falar de algo que vem depois do que existiu – ou existe (fotografia e pintura). A pintura é uma arte sem substitutos, como outras artes. Cada uma nasce num tempo, só isso. E na pintura inspiram-se novos criadores – ela ainda é admirada e não se desfez. Além de não ser possível esquecer que foi e é o fio condutor de muitos fotógrafos.

Ao fazer uma substituição, tiramos uma coisa para colocar outra em seu lugar. Ou estou errada? Não acho que o novo mata o velho. O que vem depois do que estava acrescenta, coexiste. Mesmo porque não dá pra entender o que está sem saber o que havia…

Como entender a gravura sem pensar na pintura? E a fotografia sem conhecer a gravura? E o cinema pode ser imaginado antes da fotografia? E o vídeo existe sem saber o cinema? E a computação? 2D, 3D? Realidade Virtual e Realidade Aumentada? O que tudo hoje é sem o anterior? E o que será sem o todo?

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2 comentários:

marcelo maccaferri disse...

acho interessante pensar neste caso em fronteiras q se tocam... na fronteira fulano é o cunhado de beltrano... valeu

Inês Correa disse...

bom o termo fronteira Marcelo, bem pensado.